sábado, 25 de junho de 2011

O Plano Astral, Parte 3 - Série Carlos Torres Pastorino

PLANOS DE CONSCIÊNCIA

Vimos a interpenetração dos dois planos de consciência: o físico e o astral. Chegamos pois, à conclusão de que o plano astral é tão ilusório (ou mais ainda) que o plano físico, pois sua realidade é relativa. Ensina-nos o Mestre Djwal Khul (o Tibetano): “O chamado plano astral é o simples nome dado ao conjunto das reações sensíveis, da capacidade de sentimento e da substância emocional, que o próprio homem criou e projetou com tanto êxito, que hoje é vítima de sua própria obra. Oitenta por cento dos ensinos dados sobre o plano astral são parte de grande ilusão e também do mundo irreal a que nos referimos, quando proferimos a antiga oração: “conduze-nos do irreal ao real”. Pouca base tem o que se diz sobre ele; no entanto serviu ele a um propósito útil como campo de experiências, no qual podemos aprender a distinguir o verdadeiro do falso; é também uma área em que o aspirante pode usar a faculdade de discriminação da mente, a grande reveladora do erro e da verdade.

Uma vez que em nós haja “o sentir que houve em Cristo Jesus” (Fil. 2:5), se completa o controle da natureza emocional e da área consciente (o “plano astral” se preferem o termo). Então já não mais existirá nem o controle sensível, nem sua área de influência. O plano astral não tem nenhuma realidade, a não ser prestar-se a campo de serviço e um “reino” no qual se extraviam os homens desesperados e perplexos. O maior serviço que um homem pode prestar a seus semelhantes é libertar-se por si mesmo do controle dessa esfera, dirigindo as energias da mesma, através do poder de Cristo” (“La Reaparición de Cristo”, de Alice A. Bailey, página 123/4).

Portanto, estado transitório do espírito (personagem), que para esse plano vibratório transfere sua sensibilidade consciencial. Mas estado que também é de transição.

Em outras palavras sendo um estado de transição mais ou menos rápida, é transitório, e por isso ilusório.

Depois de certo adiantamento espiritual e da aquisição de conhecimentos superiores, por meio de experiências, o plano astral é atravessado e superado em brevíssimo tempo.

Quando, entretanto, ou não há conhecimento experimental consciente, ou a mente está perturbada, ou a consciência carregada, a permanência no plano astral se prolonga.

São exercitações indispensáveis, como “campo de experiências”, a fim de poderem os espíritos de lá sair com o treino do discernimento entre o bem e o mal, entre certo e errado.

Aí se aprende ainda a controlar plenamente a natureza emocional, a sensibilidade, assim como a área consciente. Mas todos os que se encontram “perplexos ou desesperados” aí se perdem, presos de remorsos, de dúvidas, de ignorância, de sentimentos baixos de egoísmo, de ódio, de apego às formas materiais próprias ou alheias.

O plano consciencial a que denominamos “astral” torna-se, para os seres inferiores - animais ou homens - um interlúdio não-percebido, entre uma internação na matéria e outra. Nesses casos, a estada do ser é rápida e praticamente insensível e inconsciente, como nos sentimos no estado de sonho, quando dormimos. Algo mais avançados, já percebemos que ali nos achamos, da mesma forma que, mesmo encarnados, ao sonhar, já temos consciência de que estamos sonhando.

Na subida evolutiva, temos de partir conscientemente, como homens que já conquistamos o intelecto, da forma condensada na matéria - que se utiliza dos elementos minerais, vegetais e animais para prender o espírito na carne, onde vibra na consciência atual, - para gradativamente ascender a outros planos vibratórios.

O “duplo etérico”, ainda parte dessa condensação (do STULA) é - como diz o nome - uma reprodução exata dos elementos materiais densos, num plano mais sutil, mas ainda grosseiro. Tudo o que existe coagulado no plano físico material, possui seu duplo no plano etérico: minerais, metais, formas criadas pelo homem como cadeiras, mesas, cinzeiros,canetas, móveis, casas etc.

Já no plano astral, simples ESPELHO do plano físico, acha-se a consciência a vibrar com os desejos (KAMA), e por isso o astral é denominado KAMALOKA. Sendo um espelho, o astral reflete apenas as imagens criadas por nosso intelecto, por nossa mente,por nossas palavras e nossos atos; são formas vagas e variadas, que se transformam conforme se modifica nossa imaginação. Quanto mais descontrolada e instável for nossa imaginação,tanto mais instável e descontrolado será o plano astral que encontraremos em redor de nós.

Convençamo-nos, pois, de que o plano astral é simples REFLEXO, como de espelho,(onde as imagens são irreais), daquilo que pensamos, dizemos e fazemos. E como imagens no espelho, não apresentam consistência duradoura, nem mesmo existência própria: existirão enquanto as mantivermos ativas pelo nosso pensamento. No momento em que nos libertarmos dessas criações Mentais, estaremos automaticamente libertos do plano astral. Dai ensinar o Buddha, que nossos males vêm de nossos “desejos”. O astral é o mundo dos desejos.

Os animais habitam, ao desencarnar, o plano astral: a vivência dos animais no plano físico, faz que mentalizem (inconscientemente se o quiserem) sua forma, e a reflitam no plano astral, onde permanecerão até novo e automático reencarne, com a mesma forma que possuíam na encarnação anterior. Os desejos, amores e ódios desses animais, também permanecem. E por isso vemos formas astrais de cachorros e gatos, a acompanhar seus antigos donos amados. Ao ser captada para nova encarnação, desaparece todo e qualquer reflexo no espelho do astral.

A subida é indispensável para que nos localizemos, posteriormente, no plano mental (MANAS) destinado propriamente aos Homens que adquiriram o uso da razão. Nesse plano mental, conquistamos BUDDHI, o estado consciencial iluminado, isto é, esclarecido, pleno, total.

Quando senhores de nós mesmos, isto é, permanentemente em estado de vigília (despertos), estamos aptos a atingir o ATMA, a individualidade e a viver conscientes no Espírito. Tudo isso, temos que conquistar enquanto encarnados na matéria.

Subida desalentadoramente lenta - a evolução não dá saltos - mas indispensável e inevitável, e só obtida na carne. Uma vez de posse permanente desse estágio evolutivo, se quisermos voltar à matéria, teremos que fazer o caminho inverso: ir descendo e centralizando a consciência, passando de ATMA a BUDDHI, a MANAS, a KAMA e a STULA. Em outros termos: uma vez fixada a consciência no plano átmico, é mister baixar as vibrações e reduzir sua extensão a buddhi-manas; a seguir, baixar mais as vibrações e reduzir mais a extensão até chegar a kama, o plano dos desejos. Atingido esse ponto, surge o desejo de tornar a mergulhar na forma física, e dá-se, então, uma nova encarnação.

No entanto, no âmago de tudo, reside a Vida do Logos, a vibração crística divina, que constitui a substância última de tudo. Qualquer forma exprime vida, embora só a mínima parte de Vida esteja limitada pela forma, seja esta um átomo ou universo. A Vida do Logos ou vibração crística desce até reunir em torno de si os materiais indispensáveis à sua expressão no mundo da forma, de acordo com a escala evolutiva em que quer manifestar-se.

do livro "Técnicas da Mediunidade", 
de Carlos Torres Pastorino, 1969.
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